segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Saber quando parar

Saber quando parar é extremamente difícil, principalmente quando estamos demasiado envolvidos num projecto.
Será que vale a pena continuar a todo o custo? Talvez não.
Nos últimos tempos tive uma lição de vida muito importante. Pesando os prós e os contras de levar o barco em frente e de remar contra a maré a todo o custo, a avaliação que faço é a de que mais valia ter parado.
As coisas teriam decorrido de modo mais calmo, as pessoas envolvidas sofreriam menos, a abordagem seria mais correcta, leal e eficiente.
Já para não falar na diminuição de todos os recursos envolvidos (humanos e materiais).
O preço pago foi demasiado alto: amizades tremidas, confianças abaladas, credibilidade ameaçada.
Os fins justificaram os meios? Nem por isso.
Houve justiça em todas as situações? Definitivamente NÃO.
Resta-nos parar para pensar e reformular a linha de actuação. Tirar do passado o melhor possível e aprender. Aprender que para se aprender às vezes também é preciso falhar.
Aprender que às vezes é preciso deixar a emoção de lado e seguir a voz da razão.
Aprender que se aprende sempre. E que parar e dizer não é muito mais pedagógico.

5 comentários:

Anônimo disse...

"Houve" e não "ouve".

"Babel" disse...

Olá.
Fico contente pela correcção.
Significa que leu com atenção.
Que me diz do conteúdo?

Anônimo disse...

Para além das variáveis epidemiológicas, a vulnerabilidade é uma construção social: vulnerável é aquele e aquilo que nós quisermos. Aparentemente, no que toca a "ajudar" contra ou no esforço de mitigação da vulnerabilidade, não há nem princípio nem fim. Na eventualidade de não serem definidos e cumpridos mandatos para actividade prestada, a sensação de falta de controlo operacional emerge mais cedo ou mais tarde. Isto é clássico em relação às questões de ajuda humanitária e desenvolvimento, de resto. Definir, cumprir e, por fim, avaliar, mandatos é muito importante. Algo, por exemplo, que as forças militares sabem fazer muito bem.

Anônimo disse...

Querida,
Não quero comentar sobre a questão de parar ou não parar. Quero apenas deixar a minha forte convicção de que devemos sempre ouvir o nosso coração. Aquilo a que damos o nome de "razão" é, na maioria das vezes, o ruído das nossas emoções a confundir-nos as ideias. O coração tem uma linguagem muito própria, que com o tempo aprendemos a compreender :)

As amizades - as verdadeiras amizades - não estremecem perante os desafios. Elas crescem e ganham mais corpo. Porque quem nos ama compreende como somos e conhece as diferenças entre as dimensões de projecto e de índole pessoal e humana.

Tu és luz, amor e dádiva. Eu sei disso. Tu sabes?

Maio Luz

"Babel" disse...

Caro Maio Luz
Atrevo-me a pensar que me conhece? Ou a última frase é um voto de confiança, uma inspiração?
Concordo que devemos sempre ouvir o nosso coração, mas quando a emoção predomina o que pode acontecer é que a decisão não seja a melhor para o outro e sim para nós.
A linha de fronteira entre a emoção e a impulsividade/impetuosidade é muito ténue e os resultados podem não ser os melhores.
Independentemente disso o que interessa é que o saldo aumente a "arca" das experiências e nos amadureça.
Quanto à amizade, mesmo verdadeira e incondicional, pode estremecer sim. Mas com isso torna-se definitivamente mais forte :)